Amada Minha

Amada minha,
Cubro-te de beijos
Como vapores do calor
Que a tua pele me traz.

E esse fogo me limpa,
Esteriliza meu coração
Removendo tudo o que sobra de mim,
Restando espaços para você preencher.

Amada minha!
Dá-me tua boca;
Deixa-me matar a sede
Com o mel que escorre de ti.

Escorre como cachoeira;
Uma água que brota da pedra
E foge correndo, ansiosa por mais espaço;
Me tens todo para envolver,
Para afogar,
Sucumbo a ti.
Inerte!
Extático!
Deslumbrado com tuas colinas
E teu frutífero vale.

Amada minha
Violo tua selvagem natureza,
Tua serena existência
Num venerável ritual.

Amada minha,
Cubro-te
E beijo-te.

Rodrigo Dias
(in: "Poesias de Família")

Comentários

Postagens mais visitadas