Tradescantia

Ninguém há de me roubar a graça!
O riso que provoco,
Discreto, involuntário, desapercebido;
Minha insólita existência de pura simplicidade.

Cresço selvagem,
Desafio a ordem,
Esgueiro-me nos espaços
E imponho minha vontade!

Que os ventos me quebrem!
- Sim, sou frágil...
Torno a existir, não me importo.
Me apego à raiz e floresço assim mesmo.

E, se não a tiver,
Invento, não me incomodo!
Zombo do que deveria ser tristeza;
Não me atenho a pequenezas...

Me partam em mil!
Não terão mil pedaços;
Terão mil inteiros
De flores, graça e beleza.

Multiplico-me a jardinar
E sorrir nos canteiros;
Tantos quantos me queiram
Me tenham para si mesmos.

Rodrigo Dias

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