Nota de repúdio

Amigos, estou profundamente estarrecido com uma notícia veiculada pelo G1 (https://g1.globo.com/rj/rio-de-janeiro/noticia/2018/10/05/alunos-fazem-ato-contra-proibicao-de-livro-no-colegio-santo-agostinho-no-rio.ghtml) sobre a censura provocada por pais equivocados que levaram uma renomada escola particular do Rio de Janeiro a proibir o uso de um livro previsto para ser lido por alunos do 6º ano do Ensino Fundamental, de idades aproximadas de 11 e 12 anos. Para além da questão do paradidatismo dos livros (questão que particularmente discuto, por desacreditar do termo), esse livro é um dos mais incríveis da nossa fantástica literatura infanto-juvenil que, por motivos meramente mercadológicos, são preteridos ante os internacionais. Nada contra Rick Riordan, J. K. Rowling, Ransom Riggs, etc. Pelo contrário! Acho-os incríveis! Mas é um fato que esquecemos e desvalorizamos os nossos mestres no assunto, como Pedro Bandeira, Marcos Rey, Lúcia Machado de Almeida e, como nesse caso, Luís Puntel.
Pois bem: O livro em questão é "Meninos sem Pátria", publicado originalmente em 1981, pela editora Ática, do Rio de Janeiro, e integrante da espetacular série "Vaga Lume" que, além de mim mesmo, fez com que milhares de crianças e adolescentes nos anos 1980 e 1990 se apaixonassem pela leitura. Esse livro trata das aventuras de um grupo de crianças que tiveram de se adaptar a uma vida nômade porque seus pais foram exilados do Brasil por causa da Ditadura Militar. O livro NÃO trata da questão da ditadura! NÃO traz NENHUM posicionamento político ou ideológico! Tal censura é absurda, ridícula e demonstra claramente uma total ignorância da história do livro! Por favor, leiam! Mesmo que seja para discordar e criticar, leiam! Não cometam esse tipo de absurdo, tal como foi a proibição (ou tentativa de proibição) do mestre Monteiro Lobato (https://www1.folha.uol.com.br/fsp/cotidian/ff2910201001.htm) por uma interpretação equivocada e esdrúxula de sua obra.
Repudiamos veementemente absurdos como esse!

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