Vida Concreta
Ando pelas ruas me forçando a acreditar
Que o chão em que piso é concreto,
Com a cabeça nas nuvens
Cada vez mais etéreas, mais distantes…
Estou cercado de um ar vazio,
À minha volta, tudo parece vácuo
Me sinto vago…
É tão estranho…
Num mundo cada vez mais interligado,
As pessoas estão mais distantes
E o espaço aumenta, até engolir tudo
E envolver o tudo em nada.
Todo mundo agora é ninguém
- Nem sei se são gente.
São pessoas, apenas…
Como é mesmo o seu nome?
E o tempo corre loucamente…
Há uma hora… já faz tanto tempo!
Amanhã?! Vai demorar muito!
Sou eu! E quero agora!
Nossos sonhos são reais,
Nossa realidade, fantasia,
Nossa vida, mera virtualidade
Sem virtude, tudo é certo,
Nada é errado,
Nada é duvidoso.
Mas, se o nada ao meu redor
For o tudo de alguém,
Nossa vida se encontra,
E o pânico surge
No susto de saber que não estamos sós
E, ali na esquina, tem um outro mundo
E que eu não existo nele.
E me forço a acreditar, pelo menos,
Que o chão em que piso
É concreto.
Rodrigo Dias
Que o chão em que piso é concreto,
Com a cabeça nas nuvens
Cada vez mais etéreas, mais distantes…
Estou cercado de um ar vazio,
À minha volta, tudo parece vácuo
Me sinto vago…
É tão estranho…
Num mundo cada vez mais interligado,
As pessoas estão mais distantes
E o espaço aumenta, até engolir tudo
E envolver o tudo em nada.
Todo mundo agora é ninguém
- Nem sei se são gente.
São pessoas, apenas…
Como é mesmo o seu nome?
E o tempo corre loucamente…
Há uma hora… já faz tanto tempo!
Amanhã?! Vai demorar muito!
Sou eu! E quero agora!
Nossos sonhos são reais,
Nossa realidade, fantasia,
Nossa vida, mera virtualidade
Sem virtude, tudo é certo,
Nada é errado,
Nada é duvidoso.
Mas, se o nada ao meu redor
For o tudo de alguém,
Nossa vida se encontra,
E o pânico surge
No susto de saber que não estamos sós
E, ali na esquina, tem um outro mundo
E que eu não existo nele.
E me forço a acreditar, pelo menos,
Que o chão em que piso
É concreto.
Rodrigo Dias
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